quinta-feira, 15 de maio de 2008

Relação com o Sagrado.

Quem é Deus? Como defini-lo? Ele existe? Será que realmente há alguém, cuja existência humana tanto busca saber quem é? Há algum ser além do nosso mundo? Quem é esse que transcende? Quem é esse que tem ocupado os questionamentos, dos maiores pensadores? Será que é uma obra de nossa imaginação? São indagações como essas que fazem muito de nós entrarmos em momentos estarrecedores.

Quando estamos falando do Amor de Deus para alguém, é provável que perguntas semelhantes sejam feitas. E daí como responder? Deparamos-nos em um mundo onde temos respostas para tais interrogações. Não é preciso procurar respostas, pois elas já são existentes. Não vivemos em um mundo cujo tempo é definido pelo Iluminismo, que como legado do Modernismo procurava pela razão descobri as respostas.

Acredito eu, que ao me deparar com tais perguntas, procuraria responder que o Divino só pode ser conhecido através de uma relação intima com Ele; de experimentarmos sua presença. Um filósofo do século XVIII, conhecido como Imanuel Kant, dizia que não podemos conhecer o conteúdo do que desconhecemos, senão passarmos por experiência (essa é uma corrente filosófica conhecido como Empirismo, fundado pelo filósofo David Humer, do século XVIII). Por consegüinte, a razão é a forma do conhecimento, e a experiência é o seu conteúdo. Até neste ponto concordo com Kant, e afirmo isso para aqueles que querem conhecer o Divino, ou seja, o nosso Deus. Logo, devemos buscar sua face e experiências pessoais com Ele. Todavia, venho discorda de Kant, quando diz que Deus não pode ser conhecido através da experiência, pois Ele não está no limite de nossa razão; acredito eu que ele fez tal colocação pois não veio a se relacionar com Deus, de uma forma intima e sincera; pois é possivel sim, provarmos Deus por nossa razão como ensina a Teologia Natural; e assim criarmos experiências de intimidade com Ele. Portanto, se quisermos saber quem Ele é, e se Ele existe, assim façamos vínculos de relacionamento e provas Dele; para podermos conhecê-lo(Jr 33:3). Ao clamarmos, conseqüentemente confirmaremos sua Existência. Quer saber se Ele existe, e quem Ele é? Se relacione, clame e busque a face Dele.

Mas se fosse para definir Deus, começaria o definindo com seus Atributos Divinos, que é um termo teológico para falar de atributos pertencentes só a Ele, como: onipresença, onisciência, onipotência, imutabilidade, asseidade, simplicidade, transcendência, dentre outros. Depois continuaria, falando de seus atributos pessoais, que é um termo teológico para falar de atributos que pertence a Ele, mas, também, que é compartilhado com a raça humana, a saber: amor, justiça, sabedoria, alegria, bondade, entre outros. E terminaria falando de um atributo pessoal, que é o amor. Esse atributo faz com que Deus venha ao nosso encontro, que nos ofereça a paz e o amor, faz que Ele tenha misericórdia de nós, ou seja, O impulsiona para se relacionar conosco, para criarmos experiência com Sua presença. Apesar de todo seu poder e atributos, Ele é um Deus de relação e intimo, que deseja se relacionar com sua criatura, portanto, voltamos a idéia do terceiro parágrafo. Se queremos conhecer a Deus, devemos aceitar o seu convite de se relacionar e criar experiência com Ele.

Encerro essa breve meditação, com o texto de Sl 37:4: “deleita-se também no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração”. Os questionamentos são variáveis, porém, a nossa relação com o Sagrado faz com que nosso coração ache respostas diante deles, e assim descanse.
Reflita nessa oração de Friedrich Nietzsche: "Oração ao Deus desconhecido"
"Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para a frente, uma vez mais elevo, só , minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar.
Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras: 'Ao Deus desconhecido'.
Teu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrilegios.
Teu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servir-Te.
Eu quero Te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.
Tu, o imcompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer, quero servir só a Ti."

Maurício Montagnero.

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